
Se tu és juiz, empresário, parlamentar ou autoridade investida por Deus ou pelo povo e, porventura sofres algum achaque, alguma ameaça a ti ou a tua família, visando que atendas alguma demanda criminosa, lembra-te sempre do sacrifício de Abraão.
Já em idade avançada, Abraão possuía um único filho – o primogênito que lhe garantiria sua descendência. Algo de valor inestimável em sua época e em sua cultura. Além disso, era um filho muito, muito amado.
Homem de muita fé. Abraão certa vez ouviu do Senhor uma tormentosa demanda. Deveria subir ao monte e oferecer seu filho Isaque em holocausto ao Deus Supremo.
Sob intensa comoção, aniquilado pela dor, Abraão porém não discutiu ou questionou a determinação divina. Pediu a Isaac que recolhesse uma porção de lenha e subisse com ele ao monte, pois iriam fazer um sacrifício ao Senhor.
Isaac, então, perguntou: – Devo tomar também um cordeiro para o sacrifício? Abraão, lívido, lhe disse: – Não o cordeiro, o Senhor proverá.
A época em muitos povos era comum nos sacrifícios humanos e o sacrifício de animais.
Subiram então ao monte e prepararam a lenha para a fogueira. Abraão disse ao seu filho amado: – O Senhor quer que eu te ate as mãos e os pés agora, porque será muito forte o efeito do sacrifício e desejarás evadir-te daqui. Amarrou, então, as mãos e os pés de Isaac. Depois colocou-lhe uma venda nos olhos e o colocou o próximo à lenha.
Levantou, então, o punhal o punhal que trazia a cintura, com lágrimas lancinantes nos olhos. Mas, no momento de desferir o golpe mortal no coração do seu único filho, o Senhor decretou? Sustém o teu ato, Abraão, já provaste a tua fé, bendito sejas entre os homens, multiplicada como as estrelas do céu seja tua descendência sobre a Terra.
Em seguida, Abraão se pondo de joelhos, lágrimas em profusão, desamarra Isaac, enquanto surge diante deles um cordeiro muito branco, que é então sacrificado.
Seria Deus um Deus sádico que se dedicaria a impor sofrimentos lancinantes e fúteis a seus profitentes. Por razões fúteis. Ou razões nenhumas?
Ou seria este um teste de probidade semelhante a esses que enfrentais vós nos dias atuais, quando vossas vidas, vossas famílias e vossas riquezas são ameaçadas? Lembremo-nos sempre de que a quem prova seu valor, Deus não pune, mas louvará sempre. Deus neste caso, pode ser entendido como a virtude, a ética sublime, a Virtude Suprema, a quem devemos ser fiéis. Não importa o quê.
Abraão provou que, sejam quais forem as ameaças que lhes forem infringidas, ele será capaz de ser fiel. Fiel ao Bem Supremo. Essa é a classe de homens necessária a ser o sustentáculo das civilizações.